Setas e Sinais
Por certo já repararam nas chamadas "marcas de segurança" presentes nas auto-estradas que são (habitualmente) acompanhadas pela respectiva placa explicativa. E reza assim a dita placa: "2 marcas = Segurança (distância ideal); 1 marca = Perigo! Reduza a velocidade". Porque é que eles não explicam ou não colocam na plaquinha a explicação das restantes setas(marcas)? É que não há só duas marcas na estrada, há milhentas! E para quê essa atitude pessimista? Então só fazem a explicação para quem gosta de acelerar? Então e os que andam a 35 Km/h em plena A22 (auto-estrada do sul para os mais esquecidos)?Sugestão: Novas placas com mais explicação! Por exemplo:
"3 marcas = Está muito bem...se bem que um pouco lento!;
4 marcas = Vá! Também não precisa exagerar! Acelere lá um pouco!;
5 marcas = Olhe lá que o pedal mais à direita também é para ser utilizado!;
6 marcas = Ok você ganhou! Mas olhe, já que está parado(a) a ler esta placa ao menos saia do meio da estrada!"
CP
Paisagem de Ponta
Digam-me com franqueza. Há alguém hoje que pense na Paisagem!?
Será paisagem o pano de fundo do computador!? O Screensaver?! O poster do Brad Pitt que saiu na última Super Jovem (esse pode ser…afinal é bem admirável)? Quem raio quer ir snifar mosquitos para o campo com o novo Brise Campestre!? Ou aturar o mau cheiro do peixe podendo por meia dúzia de euros ter, no conforto do seu lar, a um flush de distância, WCPATO marinho? Digam-me!? Porquê ir passear para o meio rural admirar as vaquinhas, quando se pode ir ao ginásio? E já nem falo em ir à praia… Sejamos realistas. Toda a gente tem TVCABO! Pessoas semi-nuas já não causam impacto, nem ao Papa quanto mais a utilizadores regulares do zapping e da Internet! Pela cor!? Vai-se passear para admirar os tons da paisagem!? Meus amigos, duas palavras sobre a Paisagem: é verde! Actualizam-se! A Robialac também tem!
Imagens
A adaptação sociológica de ícones bem conhecidos e largamente apreciados da mitologia fantasista norte-americana a contextos culturais completamente distintos apela à reflexão. Compreendemos como ninguém a força atractiva do onírico e do irreal sobre o ser humano, mesmo (e, se calhar, principalmente) numa sociedade que advoga e pretende ter atingido níveis de percepção da realidade altamente racionais. No entanto, o lançamento, em contexto indiano, de uma adaptação do clássico Stan Lee/Steve Dikto (literalmente: o lançamento do «Homem-Aranha Indiano» vai ser na União Indiana) não deixa de ser uma lamentável depreciação e incapacidade de capitalizar a riquíssima cultura indiana para uma adaptação em fantasia desenhada. Não é segredo para ninguém o poder fundacional e unificador do mito. Numa era em que o mito perdeu o seu valor objectivo (definido enquanto tal não é considerado), mas não subjectivo (mas enquanto força actuante não classificada mantém o todo o seu poder), o ser humano continua, não obstante, a procurar sensações de identificação em irrealidades, de que atracção da banda desenhada constitui exemplo bem patente. Questiono-me acerca da durabilidade de um projecto que procure associar um conceito-marca a um contexto completamente distinto, isto é, à capitalização de ícones culturais em ambientes socioculturais distintos com padrões de percepção do real muito distantes. Mais: questiono-me a respeito da utilidade da banda desenhada como elemento sociológico interventivo e formativo.ML
Rebanhos
Com a aproximação das eleições presidenciais americanas o número de videoclips musicais com referências ao comportamento de rebanho que a população tem aumentou consideravalmente (ok, são só uns 2 ou 3, entre os quais o do eminem), como se fosse uma grande descoberta, como se eles (os autores da música e/ou videoclip) fossem mais inteligentes que o resto da população. Mas depois de tudo o que se desmascarou durante o 1º mandato do Bush, fazer músicas e videoclips com essa mensagem, numa altura em que toda a gente já sabia (pelo menos na europa), só dá para dizer uma coisa: epá, assim também eu.HS
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