sexta-feira, abril 14, 2006

Tamanho...

Lembro-me de, há uns meses atrás, ter passado por uma pequena sala de trabalhos de grupo no Departamento de Engenharia Informática, e ter lido um daqueles papéis com frases e dizeres de pessoas importantes e que normalmente se afixam nas paredes dos locais de trabalho para incentivar, motivar e, até certo ponto, servir de inspiração ao trabalho realizado nesses locais.
Não me lembro exactamente do que lá estava escrito e muito menos do seu autor, mas a ideia geral era esta: “Só existem duas maneiras de fazer um trabalho excepcional: uma ideia tão genialmente simples que seja curta demais para se encontrar um erro, ou uma ideia tão complexa que ninguém a consiga compreender para encontrar o erro. Ao contrário do que se possa pensar, a primeira maneira é muito mais difícil”.

Achei que era um pensamento brilhante e que dizia tudo o que havia a dizer, tanto em termos literais (ideias) como em termos figurados (usem a imaginação). Sem dúvida que aquela frase frase tão batida (e resumida) diz tudo o que há para dizer: “O tamanho não importa, é o que se faz com ela que conta”.
Penso que existe um tamanho ideal para tudo, e quando se ultrapassa esse tamanho é à custa de coisas supérfluas que acabam por diminuir, de alguma maneira, a ideia simples/base/original.
Por outro lado, no caso da inspiração faltar, podemos sempre socorrer-nos da célebre “palha” para tentar preencher o lugar vazio deixado pela falta de ideias e conteúdos.
Por outro lado ainda, podemos agora perceber o que se entende com “fazer resumos”... não significa nada mais do que separar a ideia original, simples e nua, da “palha” que foi necessário introduzir para “encher” o artigo. Por isso nunca digam mal dos “resumos”.

Na prática podemos encontrar muitos exemplos do acima exposto. Como seria se os políticos fossem resumidos nas suas intervenções...? Certamente teriam de esclarecer as pessoas das suas verdadeiras intenções, do que realmente iriam fazer em determinadas situações, enfim, seria como se estivessemos a contratar um qualquer serviço acerca do qual nos fizessem um orçamento discriminado e poderíamos optar ou não por aquele fornecedor do serviço... Haveria muitos políticos no desemprego.
Imaginem como se poderia resumir uma qualquer dessas “revistas cor-de-rosa”: Título, quanto pagam pelo papel, resumo antecipado das telenovelas que dão no dia/semana seguinte (bastaria aguardar...), pormenores da vida de pessoas cuja única coisa que sabem fazer é aparecer nas revistas, novos produtos para consumir. Lá encontraríamos uma breve referência a alguém que tenta ajudar uns pobres coitados que vivem longe de tudo e de todos, mas de quem não se volta a ouvir falar nunca mais... (Porque será?).

E claro! Ainda há aqueles que querem fazer valer o todo (tudo o que são) pela parte (parte do corpo, intelecto, dinheiro, posição social), e por isso apregoam o que têm ou dizem ter, mas de uma maneira “floreada”, com “palha”, para tentar fazer valer essa sua “pseudo-mais valia”. Escusado será dizer que basta questionar pertinentemente essas pessoas para desmascará-los.
Por fim, um bom exemplo de excelente resumo/ ideia genial: Quando Einstein foi registar a patente da sua teoria mais célebre, foi-lhe pedido um resumo para o título, ele escreveu apenas: “E=mc2”.

P.S. Vou tentar ser mais breve nos próximos posts...

GD

2 comentários:

Miguel disse...

Os votos de uma Feliz Pascoa cheia de coisas doces ...

Bjks da Matilde

Anónimo disse...

Eu já recorru à palha mas faz-me comichão nas virilhas!