Entre as muitas regras que nos incutem desde pequenos, uma que sempre me fez alguma confusão mas que sempre acatei como rapaz bem comportado, foi a de que não de deve escrever a vermelho. Aparentemente ao fazê-lo estaria a desrespeitar o destinatário de tido apontamento. Antigamente a grande pergunta era: e se o destinatário for eu mesmo? Estarei eu a mandar-me a mim próprio à merda? Não me parece! Mas enfim, regras são regras e sempre tentei evitar escrever a vermelho. E mesmo quando os próprios professores, ao corrigirem as nossas provas, escreviam a vermelho, quebrando a sua prórpria regra, eu não me importava pois até compreendida, repetindo para mim mesmo "Coitados dos professores! Ter como obrigação ver e tentar corrigir tanta asneira junta, é normal que se passem um pouco e nos queiram mandar todos p'ó car****!". Depois cresci, infelizmente não em altura, e vim para a capital. E eis o meu espanto quando entro num comboio, olhando compulsivamente para o placar minúsculo onde vão aparecendo as várias estações, cheio de medo de falhar a estação de destino, e verifico a cor a que as letras estão escritas. Já não chega ter de andar todos os dias num transporte de merda, cheio de pessoas a cheirar a merda (se tivermos sorte de se terem banhado nesse mês!), para poder ir para um trabalho de merda onde o nosso patrão nos diz que somos uma merda, tudo isto para conseguir um ordenado de merda e ainda temos de levar com os transportes públicos a mandarem-nos à merda! Sabem que mais? Concordo com os meus antigos professores, vão mas é p'ó Car****!
Atenciosamente
CP
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