Então porque é que escolher a Camarada Odete para defender o Álvaro Cunhal é uma má ideia? Bem, por um lado o senhor já faleceu há um tempo, por isso acho que o público português pode muito bem dispensar o seu elogio fúnebre e dadas as suas raízes políticas acho que podemos esquecer a acumulação de virtudes para o seu processo de beatificação. Portanto, como devem compreender, o meu principal problema em ter um activista político a comentar outro passa, neste caso, um pouco pelo facto de a luta continuar e de o Alentejo e a margem Sul não serem suficientes para conquistar São Bento. Mais uma vez o problema aqui prende-se com todo o conceito do programa. Penso que a Camarada é a pessoa ideal para o defender, mas não será, de longe, quem mais convém para acompanhar o seu percurso de vida que, penso eu, será mais que a soma da experiência que a Camarada tem dele. Ambição muito curta será reduzir esta figura a um exercício de propaganda política, dado que em Álvaro Cunhal muito mais haverá para se falar que aquilo que fez com que os seus admiradores o levassem ao pódio. Estes já o mitificaram. Então e desmitificar? Não?
ML
3 comentários:
por exemplo..podiam por uma vez deixar as politiquices de lado e falar da faceta humanista (de humano e polivalente) de cada um dos top 10!Afinal um grande português é só um político?
bem... pelo menos no que ME diz respeito, o programa prestou um serviço útil -- perceber o quanto das aulas de história já esqueci.
*imperdoável, EU SEI*
Imperdoável indeed, says the Historian
ML
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