Nunca foi um tema que me tenha dado de pensar. Quer dizer, uma pessoa habitua-se a viver nessa noção que o alinhamento dos planetas nos minutos finais do 31 de Dezembro vai mexer com tudo o que funciona a magia neste mundo, desde as fadinhas até aos trevos de quatro folhas e outras coisas não-cristãs, e que a partir daí nos auto-determinamos a conseguir uma coisa durante o ano que aí vem: «Vou deixar de fumar»; «Vou comprar um carro»; «Vou ter a minha primeira relação sexual». Esse tipo de coisas banais. E depois, eventualmente, temos um maço ainda para gastar, o que gostamos realmente é de andar de metro e de eléctrico porque são transportes que não há em todos os lados e passamos o ano agarrados à verga. Assim por assim, questiono-me se não haverá utilidade em nos auto-determinarmos a coisas que realmente importa que NÃO aconteça. E aí, sim, o que gostaria desde pequenino era pisar uma mina, desde há tempos que ando a namorar a ideia de apanhar herpes genital e, finalmente, porque não um tremor de terra como deve ser em Portugal?
ML