quinta-feira, dezembro 30, 2004

Smart & Cute

E havia um homem que vivia numa montanha e que enviava sinais de fumo para o outro lado do mundo...
Noites escuras
sede de doces Luas
surumbática
realidade inconstante
permanência de uma vida
de uma luz sem fonte
num caminho já desbravado por outrem

Encontro-te perdido
no teu rosto descoberto
espelhando o meu rosto

Perdidos numa maré
que a nenhum lugar nos leva
Assim estamos nós
sem Tempo nem Lugar
num oceano de lágrimas
Sombras da Noite
Ocultam sons de alegria
Dias de Sol
Perdidos pelo Tempo

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Old - School Prendas

Há muito muito tempo atrás numa terra não muito distante, nasceu um menino pobrezinho pobrezinho, tão pobrezinho que nem casa tinha! Mas presentinhos não faltaram e ainda hoje todos nós celebramos o seu nascimento (duas vezes - tipo twix!). Esta grande festa de celebração é o "nosso" natal ou o "natalinho" como alguns gostam de dizer. Tal como aconteceu ao menino pequenino deitadinho nas palhinhas, nós também recebemos presentes mas os nossos não são oferecidos por reis magos mas por pessoas que até nos conhecem (sim...até o pai natal sabe quem nós somos não é?) o que me leva a fazer uma pequena pergunta: Eu percebo porque ofereceram ao menino mirra. Era um truque tá mais que visto! Começaram logo por dar a mirra e o menino e seus pais ficaram a olhar para aquilo com um ar entediado e nesse momento os reis magos partiram-se a rir e lá ofereceram as prendas a sério! Agora passados tantos anos será que esta triste tradição das prendas a gozar se deve manter? É que caso não tenham reparado hoje em dia as meias vieram substituir a mirra!

CP

Penilidades a vulso

Pessoalmente começo a ficar farto de receber o chamado junk mail, o e-mail lixo, principalmente uns acerca de um tratamento para o pénis de modo a aumentar o tamanho do dito. Foi com enorme paciência que nos últimos anos tenho recebido tais propostas, sem dúvida aliciantes, mas chegou o momento de pensar mesmo bem no assunto e ver se vale a pena ou não. Cá para mim no final de contas só há duas hipóteses: Ou eles sabem algo que eu não sei ou então, aumentar para quê? Para me fazer cócegas nos joelhos? Não obrigado!

CP

sábado, dezembro 25, 2004

Tu és a luxúria a cintilar...

Por vezes parece-me, ao analisar alguns dos comportamentos humanos, que nunca nos consolamos e que não nos satisfazemos com pouco. É típica a nostalgia natalícia... muitas vezes encontram-se pessoas que não têm qualquer razão para estar deprimidas. Apesar de eu achar que 50% dessa sensação se deve ao Fado, penso que o remanescente se deve, no mínimo, à inconsciência social, económica e política das pessoas. Muitas vezes parece-nos esta época falsa e quebrável, uma jarra no topo do pedestal que acabamos por não deixar cair empurrando-a suavemente com a ponta de um dedo. A próxima pergunta será: pq é que é um sentimento comum? Também não sei. Mas não fui eu que lancei a bomba atómica, nem sou o bêbado que bate na mulher durante a consoada, nem o puto rebelde que oferece facadas às esquinas. Muito menos entrego droga no cais ou condeno alguém à pena de morte. Também não sou o menino jesus, e não estou à espera que o natal seja passado nas palhinhas... há quem não tenha uma perna, um braço, uma mão. Há quem não tenha pai, mãe, há quem não tenha os dois. Pior, há mesmo quem tenha perdido os filhos todos de uma vez e tenha ficado numa cadeira de rodas. Talvez por isso não nos devessemos lamentar interiormente, e ter uma expectativa demasiadamente consumista do Natal. Podíamos tentar às vezes ser um pouco mais humanos, e sermos felizes por os outros estarem a receber mais prendas do que nós. Porque isso também poderá ser um motivo de felicidade. Afinal o mundo será sempre diferente visto do chão ou do topo da cadeira... Essa elasticidade é apenas a do nosso coração. O dia de hoje é, no fundo, um dia como outro qualquer. Os cães, por exemplo, não notam a diferença. Certo?

sexta-feira, dezembro 24, 2004


!FELIZ NATAL!

Melhores ideias

Caso ainda não tenham reparado aqui têm uma curta lista das ocasiões (com mais ou menos detalhe) nas quais se têm as melhores ideias que depois nos esquecemos:
(Sem ordem específica...além da que aqui está claro!)
-No banho
-Enquanto transformamos em puro acto os barulhos intestinais que nos incomodam numa base regular
-Enquanto ouvimos palestras "interessantíssimas" faladas numa língua que não percebemos
-Enquanto estamos a passear com alguém que nos está a aborrecer de morte
-Enquanto estamos a passear com alguém que não nos está a aborrecer de morte
-Enquanto estamos a passear
-Ao ouvir um cd do Kenny G (nesta ocasião, as ideias mais comuns são múltiplos pensamentos suicidas)
-Depois de beber uns jarros da sua bebida favorita com álcool (habitualmente nestas ocasiões surgem as grandiosas ideias que poderiam revolucionar o mundo se as conseguimos lembrar no dia seguinte....bolas, já seria bom se passados uns segundos nos soubesse-mos ainda quias eram elas...mas estamos demasiado ocupados a tentar perceber que somos nós que estamos no meio da estrada e não os carros que estão no passeio!)
- (Este espaço foi deixado em branco para que complete com o que quiser...)

CP

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Santana (Tarde e em Má Hora)

(...)E por 3 vezes Jorge lhe disse "Pá...a coisa tá preta! É bom que comeces a fazer alguma coisa sem ser trocar ministros!". E por 3 vezes Pedro, pestanejando e lacrimejando que nem um bambi se penitenciou "Mas Jorge o Lux só fecha à 6:00! Eu não tenho culpa! Eu não tenho culpa!".

CP

sábado, dezembro 18, 2004

Despertar

Diz-me, Pancredo. Porque achas tu que os Cristãos acreditam na Salvação?
Não sei, Celso. Dizem-me que todas as coisas deste mundo são vãs e que a maior recompensa será a vida eterna.
Vãs, Pancredo? Mas que dizem eles da Lei, da República, todas as concretizações da nossa civilização?
Dizem, Celso, que os Impérios nascem e caem e que todos os feitos dos homens cairão com eles...
Mas e a Alegria, a Deliciosa convivência do Banquete, a risonha reunião dos cidadãos?
Dizem eles que os banquetes são espaços de traição e vitupério, de falsidade e fealdade.
Mas, Pancredo... que dizem eles do Amor? Seguramente não são imunes os Cristãos à Paixão e a Doce Sensação da União.
Disse-me um Cristão, Celso, que o amor cega, a paixão queima e as sensações perdem-se na inexorável torrente do Tempo.
E da Amizade, Pancredo? Não posso crer que desdenhem do Júbilo da Feliz Cumplicidade dos Companheiros...
aí, Celso, é que não encontro unanimidade entre eles. Alguns dizem que nada há como a Reunião Leda dos amigos de antanho... mas que a vida tem mostrado que os heróis se afastam e os companheiros se desanimam entre si e perdem de vista a força da amizade. outros, no entanto, acreditam que mesmo esses podem percorrer o caminho de Orion Sem se deixarem consumir por apolo...