terça-feira, janeiro 30, 2007

Copianços ou quase

Portugal é um país estranho mas muito interessante e isto porque por cá algo tão simples como copiar uma obra, seja ela de que espécie for, pode ter dois sentidos e consequentemente dois resultados diferentes. O absurdo que se produz é de tal ordem que nomeamos a consequência da cópia de duas formas diferentes, quando a cópia corre mal ou produz um resultado negativo dizemos que houve "plágio" mas quando a cópia corre bem ou produz resultados positivos nesse caso diz-se que se fez uma "homenagem".
Sendo assim gostaria de agradecer a diversos colegas por me terem deixado homenageá-los durante alguns anos, principalmente durante a época de exames e pedir desculpa a todos aqueles que plagiei. Que fique bem claro que apenas estava a tentar homenagear os seus excelentes trabalhos. Uma pena que os professores tenham "caçado" as pequenas "notas de homenagem" que tinha preparado.

P.S. Por motivos óbvios este post não será assinado

domingo, janeiro 28, 2007

terça-feira, janeiro 23, 2007

Pensamentos Soltos

Nos últimos dias têm-me inquietado várias questões:

a) será que me vou esquecer de mudar o meu estatuto no hi5 de «single» para «committed» quando começar a namorar?

b) serei homofóbico por ter medo de um grupo de assaltantes à noite na rua?

c) estando eu a morar com a minha irmã, será que vivo em união de facto? E as freiras num convento?

ML

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Grandes Portugueses - Álvaro Cunhal

Então porque é que escolher a Camarada Odete para defender o Álvaro Cunhal é uma má ideia? Bem, por um lado o senhor já faleceu há um tempo, por isso acho que o público português pode muito bem dispensar o seu elogio fúnebre e dadas as suas raízes políticas acho que podemos esquecer a acumulação de virtudes para o seu processo de beatificação. Portanto, como devem compreender, o meu principal problema em ter um activista político a comentar outro passa, neste caso, um pouco pelo facto de a luta continuar e de o Alentejo e a margem Sul não serem suficientes para conquistar São Bento. Mais uma vez o problema aqui prende-se com todo o conceito do programa. Penso que a Camarada é a pessoa ideal para o defender, mas não será, de longe, quem mais convém para acompanhar o seu percurso de vida que, penso eu, será mais que a soma da experiência que a Camarada tem dele. Ambição muito curta será reduzir esta figura a um exercício de propaganda política, dado que em Álvaro Cunhal muito mais haverá para se falar que aquilo que fez com que os seus admiradores o levassem ao pódio. Estes já o mitificaram. Então e desmitificar? Não?

ML

sábado, janeiro 20, 2007

Grandes Portugueses (II)

Olá. Eu prometi que continuaria o post abaixo escrito e por isso cá estou de volta. A ideia é fazer finalmente aquilo que tinha pensado inicialmente. Não se tratava de pegar nos mais votados e fazer corte e costura, mas sim explicar exactamente porque é que "Os Grandes Portugueses" é a ideia mais pobremente executada que a RTP já teve.

Não vou sequer comentar as sugestões que a RTP tinha no site quando da primeira fase. Não fossem elas e provavelmente o sr. Pinto da Costa estaria eventualmente no podium, quiçá no lugar do Diplomata Aristides de Sousa Mendes, sobre cuja figura me questiono quantos portugueses realmente se recordariam. Mas isso não vem ao caso.

Eu não desgosto da lista final, apesar de ter estranhado a presença do Álvaro Cunhal, a qual importância para a História de Portugal me parece ainda demasiado cedo para compreender. Mas pronto, ao menos parece uma posição honesta e não comentar a sua chegada aos 10+. Vou, isso sim, comentar e criticar a escolha. Ou melhor, a Escolha. Toda a ideia que preside à escolha, no seu todo, dos Defensores, como a RTP tem no seu site. Porque até a escolha da designação "Defensores" é altamente indicativa do quão anti-pedagógica toda esta iniciativa se tornou.

Estas figuras não precisam de Defensores. Isto pode parecer uma noção parva, mas Defensores têm estes senhores em todas as pessoas que votaram neles. Do que eles precisam é de Esclarecedores. Oficialmente, estes 10 homens são agora parte de uma mitologia do que é ser português. Ou seja, estes homens desempenharam um conjunto de acções que, por alguma razão, fazem com que os portugueses se revejam nelas e encontrem ali uma imagem de excelência e de identidade. Estes homens são, portanto, de um certo ponto de vista, uma mostra do que é o país que temos, dos seus ideais, daquilo com o que se identifica e deseja, e acho que por esse motivo merecia uma abordagem ou pouco mais séria, uma abordagem que ao mesmo tempo nos mostrasse o homem no seu tempo e homem enquanto objecto de admiração. Estou a falar de uma abordagem que instruísse, que educasse. Mas depois vamos olhar para o elenco de Defensores e se calhar ficamos a pensar se esta pedagogia da RTP não é na verdade uma demagogia, ou uma espécie de propaganda televisiva inculcadora de valores como se fazia no Estado Novo, mas agora ao modo do século XXI.

E para isto eu vou apenas pegar em três casos: o da Camarada Odete; o do Dr. Paulo Portas; o da Eurodeputada Ana Gomes. E para tornar isto mais ligeiro, farei uma apreciação por dia. Gostaria que fossem escolhas menos óbvias (para os que me conhecem) e mais orgânicas em relação à estrutura do programa, mas por um lado nem eu me sinto à vontade para falar com segurança de cada uma das personagens, nem consegui ver a apresentação dos Defensores na íntegra nesta semana que passou (culpa da RTP, que veicula informações incorrectas no seu site). Pelo que vou falar de um erro crasso (Odete na defesa de Álvaro Cunhal) e duas figuras sobre as quais me sinto mais ou menos à vontade porque as estudo (teria preferido o Infante D. Henrique ao Vasco da Gama, mas não ouvi a apresentação de Gonçalo Cadilhe sobre o amigo Infante).

Por isso, até amanhã, ou um dia em que me apeteça escrever. Porque hoje, claramente, já não é o caso.

ML

terça-feira, janeiro 16, 2007

Grandes Portugueses

Não vos saberia dizer o que me levou a escrever um post tão impreparado e mal pensado como este. Para vos ser franco, o mecanismo é mais ou menos o seguinte: "Eu até tenho a password de um blog onde me posso entregar livremente a manifestações de indignação e mandar todo o tipo de bojardas sem ter de me preocupar seja com o que for. Por isso, acho que me vou entregar livremente a manifestações de indignação e mandar todo o tipo de bojardas sem me preocupar seja com o que for". É que, ao contrário dos nobres propósitos que presidiram à fundação deste blog, eu nem sequer vou tentar atingir um nível mínimo de humor para agradar aos dez milhões menos 9,999, 940 portugueses que nos visitam diariamente. Eu cá vou fazer como num primeiro encontro e deixar-me ir e ver o que é que sai.

Para os que já me estiveram a ouvir no messenger esta noite, o tema é óbvio. Os Grandes Portugueses (para os outros também, basta olhar para o título). E como vos digo, não tenho um plano pré-definido para começar a bater na ideia mais pobremente executada da RTP nos últimos tempos.

Oh, eu nem sequer vou pegar nos resultados. Porque acho que quando uma nação vai a votos e o Hélder Pestana aparece numa 79.ª posição à frente de Gil Vicente e Almeida Garrett... quer dizer, para quê, não é? Ok, pronto, então eu pego só um bocadinho nos resultados e na completa e absoluta falta de consciência temporal e do que é o seu país que os portugueses têm. Mas vou limitar-me aos que se ficaram abaixo da 10.ª posição até à 100.ª, que também podem ver aqui.

Acho que depois do choque inicial de ter visto tanta figura ligada ao mundo do espectáculo (desportivo, musical, televisão), que tentativamente agrupo na designação conjunta de entretainers (e que também a mim me entretêm, não tenho porque o negar), foi ter reparado como mais de metade dos eleitos eram figuras públicas bastante próximas às vivências dos vários escalões etários deste nosso Portugal. Aqui passam-se duas coisas. Ou três. Por um lado, as pessoas não conseguem evitar sentir a sua "portugalidade" a partir de um tempo muito curto, o da sua vida ou o dos seus pais/avós, manifestando assim quão ténue se manifestam os oito séculos de vivências e construção cultural no que se hoje se conhece por «Portugal» ou «portugueses»; por outro, a esta ausência de dimensão temporal junta-se uma mostra muito curiosa dos ritmos da "portugalidade" contemporânea, ritmos que são fundamentalmente do político e do espectáculo; por último mostra finalmente o alcance da vida de muita gente que, perdoem-me a expressão, mas cacete, conseguiram fazer com que o Eça de Queiróz ficasse atrás de uma figura cuja façanha na vida é fabricar campeonatos de futebol!!

Como se diz por aí, pelo amor da santa, é que até o Vítor Baía, que até é um frangueiro do caraças, mereceu honras de votos, imediatamente depois do D. Afonso III, e acima do Bartolomeu Dias. Mas por outro lado também estou certo que aos adeptos mais acérrimos do FC Porto será de pouco monta o feito da conquista final do Algarve, por isso, porque não?

Não sei se devo falar do tremendo erro crasso que foi fazer esta votação fora dos circuitos normalmente utilizados para eleições e referendos porque permitiram que cada zeca e pitinha com meio cérebro, mas com telemóvel e acesso à internet pudessem votar. E para expiar uma falha destas, nem o sacrifício de toda a gente que votou no Hélio Pestana, personagem que, confesso, tive mesmo de perguntar de quem se tratava, bastaria. Porque a vergonha ficará recordada nos anais.

E é falando de anais e de todas as sensações fétidas para que a palavra me remete que passaria a comentar a escolha dos "advogados"dos dez mais votados, que era o propósito inicial deste post, motivado pelo programa de hoje à noite da Maria Elisa. Mas para ser franco acho que vou continuar esta conversa outro dia, porque para essa discussão, só indignação não é suficiente e esta já vai longa.

ML

Questões Porno-Populares

Primeiro alargaram o túnel do Rego. Foi uma tarefa árdua que levou perto de ano e meio. Seguiu-se o alargamento de Coina que, salvo erro, ainda não foi terminado, algo perfeitamente compreensível para quem já alguma vez passou por lá. Mas a pergunta que o povo quer ver respondida é: para quando, oh para quando, a tão aguardada extensão de Pechão?
CP

sábado, janeiro 13, 2007

O que me lixa no meio disto tudo...

...é que eles não são multados por não andarem com um saquinho a recolher a bosta que os seus animaizinhos de estimação deixam pelas ruas. Expliquem-me a utilidade de um bicho destes a borrar-se pelos passeios que justifique que a sua bosta fique em exibição para transeunte ver? A sério, quão difícil será evadir um polícia a cavalo nas ruas de Lisboa?

ML

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Anonymous Anónimo - uma biografia

Anónimo nasceu filho de pai incógnito e de mãe incerta, algures nos vales dos montes lá para terras de nenhures.
Teve uma infância incerta e uma vida adulta inconstante, trabalhando nisto e naquilo, nunca foi excelente em nada do que fez conseguindo ser no máximo razoável. Casou com uma rapariga do sexo masculino, esbelta mas feia, anafada e anoréxica. Divorciou-se dela passados 10 dias e após ter sido consumado o casamento por ambas as partes. Viveu momentos de grande alegria na mais profunda tristeza e sentiu-se sempre bem acompanhado na solidão daquele quarto nas águas furtadas da Torre nº2 do quartel dos bombeiros semi-amadores de Entre-Rectas, uma magnifica localidade mundialmente desconhecida graças ao ar apático de seus habitantes. Passou uma velhice meramente incontinente e sofreu uma morte insondável. Morreu lá para os lados do sol posto onde tudo é mutável menos o seu nome: Anónimo.

CP

P.S. Já li o começo deste post algures, o meio também não me é estranho e o fim é claramente um plágio a esse grande poeta da prosa Ramalho de Horta e Castro Vicente da Lapa Montescáspio de Antunes. As minhas desculpas pelos roubos e pelo plágio mas achei que ficava bem tudo junto.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Perguntas

-Mas as vacas na Índia não são sagradas?

-E quando o casaco ficar sujo o que é que eu faço? Rezo ou simplesmente deito-o fora?

-Por "Casa especializada" devo entender que me tenho de dirigir a um matadouro?
CP

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Fiscalidade

Exmo. Senhor Ministro das Finanças,

Em meu nome e do Sindicato das Pessoas que Fazem Investigação em História vimos por este meio requerer um estatuto fiscal especial. Como é do conhecimento comum, este nosso ofício é uma profissão de elevado desgaste, o qual incide sobretudo sobre o sistema ocular, lenta e paulatinamente consumido pela leitura e decifração de centenas, mesmo milhares, de documentos manuscritos. Trata-se igualmente de uma profissão de alto risco, devido à ininterrupta solicitação dos nossos neurónios, traduzindo-se as mais das vezes em depressões, esgotamentos e efectiva insanidade. É ainda uma profissão de curta duração, que dura o tempo que dura o projecto daquele ano, quando os há. Desempenhamos ainda um ofício que presta um elevado serviço à nação, contribuindo com reflexões sobre o percurso histórico nacional que nos ajudam a compreender as bases das dificuldades que actualmente sente o nosso amado país.

De acordo com estes apontamentos, exigimos que as Pessoas que Fazem Investigação em História sejam abrangidas pelas regulações fiscais que regem as profissões de desgaste rápido.

Atenciosamente,

ML

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Portugueses...

...regozijem-se! Há motivos para ter esperança! A partir de hoje não estamos já na ponta da cauda da Europa!
(mas tão-só pela altura do recto do animal).

ML