sábado, dezembro 18, 2004

Despertar

Diz-me, Pancredo. Porque achas tu que os Cristãos acreditam na Salvação?
Não sei, Celso. Dizem-me que todas as coisas deste mundo são vãs e que a maior recompensa será a vida eterna.
Vãs, Pancredo? Mas que dizem eles da Lei, da República, todas as concretizações da nossa civilização?
Dizem, Celso, que os Impérios nascem e caem e que todos os feitos dos homens cairão com eles...
Mas e a Alegria, a Deliciosa convivência do Banquete, a risonha reunião dos cidadãos?
Dizem eles que os banquetes são espaços de traição e vitupério, de falsidade e fealdade.
Mas, Pancredo... que dizem eles do Amor? Seguramente não são imunes os Cristãos à Paixão e a Doce Sensação da União.
Disse-me um Cristão, Celso, que o amor cega, a paixão queima e as sensações perdem-se na inexorável torrente do Tempo.
E da Amizade, Pancredo? Não posso crer que desdenhem do Júbilo da Feliz Cumplicidade dos Companheiros...
aí, Celso, é que não encontro unanimidade entre eles. Alguns dizem que nada há como a Reunião Leda dos amigos de antanho... mas que a vida tem mostrado que os heróis se afastam e os companheiros se desanimam entre si e perdem de vista a força da amizade. outros, no entanto, acreditam que mesmo esses podem percorrer o caminho de Orion Sem se deixarem consumir por apolo...

1 comentário:

Anónimo disse...

Diz-me Gervásio Rodas. Serei apenas eu ou este post é realmente assustador?!