terça-feira, fevereiro 02, 2010

Carta a Mário Crespo (publicada aqui depois de me ter sido negada a publicação de um artigo onde fazia revelações escandalosas)

Caro Mário,
penso que da última vez que falámos ainda não estavas demente. Nesses tempos em que eras uma pessoa com alguma lucidez escrevias artigos nos quais manifestavas a tua opinião sobre os mais deversos assuntos. Eras ao mesmo tempo pai, amigo de tantos e uma pessoa vulgar. Por assim dizer, também soltavas uns gases. E digo-te Mário, fazias-me rir. Mais com as crónicas e com os artigos do que com os gazes mas fazias-me rir. Custa-me ver-te entrar nessa espiral de demência e incapacidade. Custa-me ver-te no mesmo patamar do Palhaço como bem o apelidaste naquela tua outra crónica, Palhaço ou o engenheiro como preferires. Vejo-te rebaixado ao patamar comezinho da vitimização e da paranóia. O outro, o Palhaço, também dizia que todos o queriam tramar, que eram tudo esquemas e que, coitadinho dele, o mundo estava todo contra o Palhaço. Mas chega de falar no Palhaço, porque o que o Palhaço quer é que lhe dêem atenção. E já não há pachorra para aturar o Palhaço.

Também eu queria publicar um artigo de opinião onde iria desmontar toda esta cabala existente na sociedade actual. Era um artigo que me iria colocar na boca do povo e onde daria a conhecer ao público o que esses ministros pensam de mim. Também iria revelar ao mundo que a cura do cancro e da sida se encontram na sala Jorge Bascus da moradia Flengius na Quinta dos Eucaliptos em Sines. Sabes bem onde é amigo. Foi lá que encontrámos o corpo daquela prostituta. Ia revelar ao mundo que também eu, como tu e como o Palhaço, sou uma vítima de todo um processo, de um (ou mais) governos, sabe-se lá de que países. Ia dar a conhecer que me querem eliminar ainda mais do que te querem eliminar a ti. Poderás vir a perder o emprego. Mas de mim querem sangue. Quem me dera ter um emprego para perder como tu.

Escrevi o artigo e como sempre enviei-o por e-mail para uma determinada série de moradas electrónicas dos mais diversos jornais. Recebi um telefonema em pânico de um editor de um jornal muito conhecido. Quase que me chamou louco. Ficou-se por "estúpido" e "ignorante". Perguntou-me se tinha provas. Eu disse que era duro como rocha, sólido como diamante e uma autêntica bomba. Ele pediu-me para parar de falar no meu pénis. Atendi ao seu pedido e disse-lhe que confiava plenamente em quem me informou. Mas informei-o que não poderia revelar o nome dessa pessoa. Ele voltou a insultar-me e recusou-se a publicar uma única palavra. Também me instaurou um processo que me impede de ir visitar o filho dele à escola. Mas a ti amigo, a ti posso-te contar tudo. Sabes como é que eu sei essas coisas? Como é que sei que me querem eliminar? Que falam de mim como "um alvo a abater"? Um "problema maior que a disfunção eréctil"? Sei disso porque quando estava às 5 e meia da manhã a comer um cachorro numa roulotte na Musgueira, ouvi o chefe dos cachorros dizer que um amigo lhe contou que ouviu dizer de um sobrinho que um conhecido do primo que abriu, sem querer, a carta de um vizinho que já não morava no 3º esquerdo e ficou a saber que o tio de um fulano lá para os lados de Alenquer fazia saber que o companheiro de quarto da mulher achava que eu já me estava a tornar um estorvo. E que ressonava demasiado alto e por isso deveria ser eliminado.

Mário, sei que me conheces porque falo contigo todas as noites. Em pensamento é certo mas sei como tu sabes que eu sei que tudo isto é real. E vê bem que nenhum jornal quis publicar o meu artigo. E ainda têm o descaramento de dizer que somos livres...

Um grande abraço,
CP

5 comentários:

Rachelet disse...

Há eucaliptos em Sines?

CP disse...

Penso que sim. Há eucaliptos em todo o lado. Espera, isso era nos anos 80/90. Raios!

Isobel disse...

Absolutamente genial!

S* disse...

Alguém que te interne... ahahah

CP disse...

@Isobel:
É sempre bom fazer alguma coisa que preste.
:P

@S*:
Já experimentei mas não era para mim. :)