sábado, janeiro 26, 2008

Caridade

Confesso que raramente consigo ter dinheiro suficiente para doar algum a instituições, projectos ou causas com as quais simpatizo. É uma triste realidade aliada ao facto de serem tantas as instituições, causas e projectos que se fosse entregar dinheiro a cada uma, certamente teria eu de criar uma instituição(zinha) para poder comer alguma coisa. Mas tudo isto mudou. A mudança começou há já algum tempo, concretamente desde que comecei a reparar no estado das casas de banho masculinas existentes pelo nosso país fora e mesmo nas casas de banho além fronteiras. Refiro-me ao estado caótico que inevitavelmente encontro sempre que necessito de urinar ou até mesmo perder algum tempo sentado (ou quase) nas latrinas espalhadas por esse mundo fora. Poupo-vos os detalhes mas de modo a proporcionar-vos uma breve imagem peço-vos que imaginem o que seria colocar uma daquelas mangueiras rotativas de jardim num espaço bastante limitado e ligar a água. Ok. Agora em vez de água imaginem que é urina. Nojento não é? Mesmo aqueles poucos que não estão a ver do que é que estou a falar porque não fazem ideia do que é uma mangueira, um jardim ou o que é urina (e neste caso recomendo-vos que consultem o vosso médico de família) suponho que já viram, uma vez ou outra, o estado em que se encontram as casas de banho masculinas. Até aqueles que nunca as viram (principalmente as meninas) tenho a certeza que sabem do que falo pois a fama deste estado simplesmente grotesco das nossas casas de banho é sobejamente conhecido, nem que seja através de mitos urbanos apenas comparáveis aos existentes sobre lojas de chineses. Ou então através da famosa cena da casa de banho do filme Trainspotting.
Enfim, depois de ter ganho consciência do estado de coisas foi-me impossível permanecer impávido e sereno enquanto os meus semelhantes sofrem desta maneira. A escolha então tornou-se simples e imediata: irei doar o meu dinheiro ao combate a doença de Parkinson.
CP

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Diário de Alfredo (V)

Segunda-Feira,
Ainda deprimido. Segue-se um excerto da conversa telefónica com o Raul.

-Então Alfredo que fizeste ontem à noite para não poderes sair com a malta?
-Nada de especial. Sai com a Raquel.
-Com a Raquel? Ui. Que andaram a fazer?
-Nada. Fomos só dar uma volta e pronto, já sabes como é, eu falo sempre demais e acabei por entrar na típica conversa do "mas porque é que não estamos juntos?" e tal.
-Mano mas será que tu não aprendes? E ela?
-Bem, ela resolveu demonstrar-me porque é que já não estamos juntos.
-Discutiram?
-Não. Fomos para a cama. Fiquei esclarecido. Nunca mais volto a tocar no assunto.
CP

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Cruzes

-Tenho informações actualizadas.
-A fonte? É legítima?
-Sim, Senhor. A minha fonte garantiu-me que os islamitas que ameaçaram o Inter de Milão por causa da cruz que colocaram no uniforme comemorativo dos seus 100 anos de existência no jogo contra o Fenerbhaçe, da Turquia, são a sério.
-Bom. E quanto ao resto?
-A minha fonte também me garantiu que seria fácil recrutá-los, Senhor.
-Muito bem. Entre em contacto com eles. Diga-lhes que preciso urgentemente dos serviços deles na Anadia.
-Sim, Senhor Primeiro-Ministro.

ML

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Diário de Alfredo (IV)

Encontrei-me no outro dia com o meu irmão. A ocasião não era particularmente agradável mas o mais triste foi dar-me conta de que o nosso problema de comunicação ainda persiste, já que ele se recusou a dirigir-me uma palavra que fosse durante toda a cerimónia. Depois retirou-se, sendo enterrado num enorme caixão de mogno castanho forrado de cetim bordeux e com acabamentos em prata. Continua a querer fazer-me inveja e a mostrar que é melhor que eu. E consegue.
CP

terça-feira, janeiro 08, 2008

Formas Luso

"Com fibras solúveis que ocupam o estômago"

Fico com curiosidade em saber até onde a humanidade irá evoluir, se já, no tecnologicamente humilde, século XXI, uns meros 6000 anos depois do aparecimento da escrita, já descobrimos como fazer a água ocupar-nos o estômago.

HS

domingo, janeiro 06, 2008

Partida

ML says:
- Olha que sorte! Das duas únicas pessoas que ainda estão no msn a esta hora, está justamente aquela com quem eu queria falar!

Pessoa de identidade ocultada para a proteger da infâmia says:
- Ai é? Querias falar comigo?

ML says:
- Na verdade, não. Mas queria partilhar isto contigo, na mesma.


(Risos)

Clássico. Vil. Mas clássico...

ML

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Perdidos & Achados

Não percebo porquê que as pessoas se espantam tanto quando encontram algo que perderam, exactamente no último sítio em que procuraram.
Não seria um bocado parvo continuar à procura de algo que já se encontrou?
CP