sábado, setembro 05, 2009

A chuva

Esta tarde, à saída do mercado, na rua, era o dilúvio. Uma chuva de criar pavor, daquelas que deixam (e deixou) uma pessoa completamente encharcados. E portanto, uma pessoa fica mais ou menos à espera daquele momento que não vai chegar (nem chegou) em que a chuva vai abrandar e, de forma mais ou menos pacífica, uma pessoa poderá deslocar-se, sem molhadelas de maior, até o seu local de residência. Pois, no México, com um furacão a influenciar o clima do país, a chuva não abranda. Aumenta. E isso dá tempo a uma pessoa para ficar a olhar com mais atenção o que se vende ao nosso redor. E nesta ocasião, posso dizer-vos que fiquei surpreendido com a quantidade de CD's que se vendem com mulheres em curtos bikinis, nessa dialéctica da perfeição da voz sã em corpo estupidamente são.
Mas é qualquer coisa que não consigo compreender. Quero dizer, eu até acho que já li em algum lado sobre o tipo de expectativas que pode uma pessoa reunir ao cobiçar uma coisa assim. Porque, convenhamos, é uma caixa demasiado pequena para o cliché de um pedaço de febra a sair dela e as poucas folhas que devem estar agrafadas à capa não vão ser um substituto da playboy. Também não vai sair um génio de lá de dentro que nos vai garantir o desejo que, decerto já sabe de antemão, de materializar a mulher nesse momento. Inclusivamente... quantas, por muito bem batidas que sejam, pode um gajo levar até ao fim só com essa imagem? Valerá a pena o dinheiro? Só com pensar não dá? Quinze euros custa uma punheta hoje em dia?

E com este pensamento inquietante me lancei à chuva e me molhei.

ML

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