Então. No outro dia o meu amigo Márcio chegou ao pé de mim e disse. ML (ele não me trata por ML, trata-me pelo meu nome verdadeiro, mas eu não vos digo qual é. Tomem, tomem), há uma situação lá na aldeia onde vivem os meus pais que é preciso divulgar. No Rochoso passa um rio chamado Noéme que está a sofrer com as descargas constantes de algumas fábricas que se instalaram nas proximidades do rio Diz. O rio Diz é afluente do Noéme e toda a porcaria está a ir parar ao Noéme. Este rio passa muito próximo da casa dos meus pais.
Não te passa pela cabeça. O rio Noéme era um curso de água fresca, límpida, onde se podia brincar, saudável! Agora é um horror, cheira a podre, a água está suja, já não se pode andar lá dentro. Deixámos de ver peixes a passar pelo rio. E o pior de tudo é que ninguém sabe o que está a ser feito para se resolver o problema e parece que ninguém com algum poder está realmente interessado a fazer seja o que for acerca do assunto. Uma entrevista, e a pessoa esquiva-se. Outra entrevista, outra pessoa que se esquiva. Pessoalmente, é uma luta que merecia maior divulgação. Na verdade, tive a sorte de ser entrevistado num jornal local e, recentemente, o Noéme foi notícia na SIC!
Foste entrevistado?, disse eu. Mas porquê tu?, perguntei eu. É que eu criei um blog dedicado ao assunto. Chama-se Crónicas do Noéme e isso chamou a atenção do jornal!
Fabuloso, disse eu, de forma um tanto ou quanto juvenil, entusiasmado pelo que o meu amigo Márcio me dizia. Mas, ao certo, o que é que me estás a pedir?
Ora, comentou ele. Não és tu que tens um blog que já dura há vários anos e que é um caso muito raro de longevidade na internet por que as pessoas sentem imensa curiosidade?
Sim, é verdade disse, eu.
Então, disse ele. Não podias fazer um post sobre o rio Noéme para ajudar ao esforço de divulgação?, perguntou ele.
Epá, o nosso blog é de humor..., comentei, a medo. A minha tendência imediata seria gozar com o rio e acho que isso não te ajuda muito...
Então, começou ele.
E a conversa durou até o dia seguinte. Eram 10 para a meia noite, em todo o caso. Foi uma conversa breve. Na verdade nunca existiu. Ele limitou-se a enviar um mail a pedir um post sobre o Noéme. O Noéme existe. E o rio Diz também. E a Guarda. E a poluição. Vão às Crónicas do Noéme e comentem. Ajudem à causa. Não custa nada. A não ser que queiram contribuir. Para o quê não sei, porque o Márcio não está a organizar um peditório. Mas eu posso fazê-lo e disponibilizar um NIB muito em breve. Visitem o blog e comentem. E no nosso também. Se quiserem.
ML
1 comentário:
Sou o Márcio e quero agradecer ao ML o post. Ele próprio viu com os seus próprios olhos a miséria em que está aquele rio. Deixem os vossos comentários, mandem-me mails de apoio moral e juntem-se à causa. Em breve haverá um grupo no Facebook mas sobre isso avisar-vos-ei depois.
Um grande bem-hajam
PS: Se o ML disponibilizar um NIB para donativos as Crónicas do Noéme são completamente alheias a esse facto ;)
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