segunda-feira, junho 06, 2005

Carta a Saramago seguida de uma curta nota

Caro Sr. prémio Nóbel da Literatura venho desta forma entregar-lhe algumas "coisas" que o sr. se esqueceu de colocar nos seus livros. Assim sendo espero que as receba com agrado e que ainda se lembre como as usar.
Cá vão elas: [.,.,.,.,.,;:;:,.,.;:;:;:()()()():,..,.,.,.,..,.,.,.,.,.,..,.,.,.,.,----,.,.,´,.,,´.,.,-.,.,.,.,.
,..:::,,.,.,.,.,.,.,.,.............,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,.....................,,,,,,,,,,,,,,,,...........,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,..]

P.S. Há mais mas estão encaixotadas. Manda-las-ei em momento oportuno.

Nota: Será que é possivel fazer uma leitura em voz alta de um qualquer livro seu? É que gostava mesmo de saber se o Sr. ainda tem fôlego para tanta falta de pontuação!
CP

6 comentários:

Nic disse...

Desde quando um artista tem que produzir a sua obra de acirdo com alguma opiniao exterior 'a sua propria alma?

Anónimo disse...

Um artista faz o que quiser meu amigo, no entanto gostaria à mesma, se o amigo n se importar muito, de ouvir o sr.saramago e porque não o amigo também a ler em voz alta uma obra de dito senhor.
:)
Além do mais, o termo "artista" parece-me que hoje em dia dá para tudo não é? é um bocadinho mal. Quem não é artista nos dias de hoje?
CP

Ginja disse...

Pois, estamos cheios de artistas, mas falhos de obras, lá dizia o outro. Opinião exterior e alma , bem ... Eu por mim acho que se entre aRtista e aUtista há uma diferença de uma consoante, por alguma razão é ... Sem desmérito para as pessoas que todos os dias lutam contra as dificuldades de se ser autista, claro. E são muitas. Já lá vai o tempo em que qualquer maluquinho extrrrrravagante poderia ser considerado um génio. Hoje já ninguém com dois palmos de testa compra esta história da alma: é preciso mostrar mais qualquer coisa para lhe chamar arte. Não discuto o valor do Saramago, porque é mais difícil escrever um bom livro do que expor um calhau numa sala vazia e chamar-lhe "obra de arte", mas lá que dava jeito a pontuação ...

Ginja disse...

Ah, e claro que se alguém pode dar-se ao luxo de produzir uma extravagância ou manifestar uma ideia qualquer sem depender disso para viver, então se calhar esse sim, pode ser considerado um desses artistas que não tem de produzir nada de acordo com a opinião exterior. Agora....há liberdade de expressão e há a patetice gratuita, porque quem faz disso profissão tem de pensar no seu auditório, ou público, ou lá o que seja. Mesmo que isso signifique ir contra ele, opor-se a uma mentalidade generalizada, mas é uma manifestação de conceitos direccionada para um objectivo final. Bem tolos são os que compram bilhetes, abrem a boca de espanto e/ou aplaudem um capricho preguiçoso de alguém que ainda por cima ganha a vida a expôr "obras abertas" . O rei vai nú no que diz respeito a uma grande parte dos "artistas" portugueses, e ainda temos vergonha de o dizer em voz alta, não vá parecer mal . A arte, qualquer arte digna desse nome, exige horas, HORAS, de trabalho intenso por dia. Não vem da alma, vem de uma concentração intelectual e esforço físico constantes. Isso é que é génio .

Nic disse...

CP,
para se ler Saramago requer de facto uma certa bagagem. Por exemplo libertar-se das regras rigidas da interpretacao da pontuacao.
Imagination, my deear friend, it's all we need, to recognize the artistic side of art!

:)

Anónimo disse...

Próximo Livro do Dia: "Aprenda a pontuar com Saramago".