sexta-feira, maio 27, 2005

Para onde vamos

Entre as muitas regras que nos incutem desde pequenos, uma que sempre me fez alguma confusão mas que sempre acatei como rapaz bem comportado, foi a de que não de deve escrever a vermelho. Aparentemente ao fazê-lo estaria a desrespeitar o destinatário de tido apontamento. Antigamente a grande pergunta era: e se o destinatário for eu mesmo? Estarei eu a mandar-me a mim próprio à merda? Não me parece! Mas enfim, regras são regras e sempre tentei evitar escrever a vermelho. E mesmo quando os próprios professores, ao corrigirem as nossas provas, escreviam a vermelho, quebrando a sua prórpria regra, eu não me importava pois até compreendida, repetindo para mim mesmo "Coitados dos professores! Ter como obrigação ver e tentar corrigir tanta asneira junta, é normal que se passem um pouco e nos queiram mandar todos p'ó car****!". Depois cresci, infelizmente não em altura, e vim para a capital. E eis o meu espanto quando entro num comboio, olhando compulsivamente para o placar minúsculo onde vão aparecendo as várias estações, cheio de medo de falhar a estação de destino, e verifico a cor a que as letras estão escritas. Já não chega ter de andar todos os dias num transporte de merda, cheio de pessoas a cheirar a merda (se tivermos sorte de se terem banhado nesse mês!), para poder ir para um trabalho de merda onde o nosso patrão nos diz que somos uma merda, tudo isto para conseguir um ordenado de merda e ainda temos de levar com os transportes públicos a mandarem-nos à merda! Sabem que mais? Concordo com os meus antigos professores, vão mas é p'ó Car****!
Atenciosamente
CP

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